segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Chip and Charge.


Não sei se todos os que lêem este modesto Blog sabe o que é o "Chip and Charge". Não os culpo, afinal esta expressão deixou de ser usada há bastante tempo. O Chip and Charge é uma tática usada pelo devolvedor em que, logo na devolução, joga um slice no backhand do adversário e sobe para a rede. Uma tática simples que deixou de ser efetiva com o passar dos anos.


Llodra, que nunca teve um resultado expressivo no circuito, tem uma meta ambiciosa para 2010: Comemorar seus 30 anos com uma semi-final de Grand Slam. Nada fácil.

Não ouso dizer que o francês não tem jogo para tal, afinal ele coleciona algumas vitórias sobre jogadores top-15, mas para atingir tal meta ele precisar se preparar muito bem fisicamente. Não há como jogar fazendo saque-voleios até mesmo nos segundos saques sem ter um bom preparo físico.

Vi o jogo do francês contra Juan Monaco no Austraian Open. Um massacre até o final do terceiro set. O saque de canhoto, voleios e o chip and charge estavam deixando o argentino louco. Apesar de tudo, Llodra cansou e permitiu a virada.

Torço para que ele consiga realizar sua meta em 2010. Chegar a uma semi-final de Grand Slam jogando de forma tão simples poderá abrir um pouco o leque de opções que os tenistas usam hoje. Quem sabe na terra sagrada de Wimbledon (que, infelizmente ou não, ficou mais lenta) o francês consiga algum bom resultado, afinal, simplicidade e tradição combinam com Wimbledon, e com o Chip and Charge também.




quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

ATPs 250/500?


Roger Federer: 16 títulos de Grand Slam. 20 títulos de Master Series (contando 4 Master Cup).
Rafael Nadal: 6 títulos de Grand Slam. 15 Master Series.

Quem acompanhou o tênis do início dos anos 2000 sabe a imporância que tinha para os tenistas jogarem os torneios menos privilegiados. Vibravamos como loucos a cada ponto que nosso Guga fazia em Acapulco, Buenos Aires ou Lyon. Guga, Safin, Ferrero, todos os tops estavam lá, com exceção dos veteranos Andre Agassi e Pete Sampras.

Lembro até hoje da vitória de Guga sobre Safin em Indianápolis. Números 1 e 2 participando e jogando pra valer um torneio "pequeno" se comparado aos MS ou GS da vida. Hoje não se vê mais isso com frequência.

Federer e Nadal elevaram o nível do tênis mundial, assim como Sampras e Agassi o fizeram no passado. Até mesmo os poderosos Master 1000 são as vezes deixados de lado. Duvido que eles (Federer e Nadal) peguem o calendário e falem: Nessa temporada quero ganhar X Master 1000. O foco está nos Grand Slams.

Aproveitando o título do post, não vejo com muita atenção aos Atps 250/500 que estão rolando por agora. Do pouco que vi, me surpreendi com o jogo de Bellucci (muito sólido o garoto) e o preparo físico de Ricardo Mello. Já vi o Mello jogar algumas vezes em challengers, sempre me parecendo um bom passador e com um pouco de quilos a mais. Dessa vez ele está fininho, mostrando empenho para estar entre os 100 melhores do mundo antes de Roland Garros. Quem sabe ele aprimora um pouco mais a potência de seus golpes e consegue fazer um bom Grand Slam. Torço por ele, afinal, antes tarde do que nunca.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Os Frutos da "Era Guga".

Tenho 20 anos e um dos motivos para começar a jogar tênis foi a grande publicidade que o Guga fez para o tênis no Brasil. Iniciei na escolinha em 1999, ano em que Guga se solidificava entre os top-10 e aparecia cada vez mais na mídia brasileira.

Se eu me tornasse um profissional, certamente afirmaria que eu teria sido um fruto das conquistas e do carisma do catarinense. Afinal, se não fosse por ele eu provavelmente nunca teria me inscrito na escolinha de tênis.

A questão é que se eu me tornasse um profissional, seria neste ano em que ganharia visibilidade. Ou seja, 9 anos após o tri-campeonato em Roland Garros e a 6 anos do último ano competitivo do brasileiro (2004).

Li no Blog do Paulo Cleto que o próprio não acredita mais que houve um "aproveitamento" da Era Guga pela CBT. Concordava com ele (e muitos que dizem o mesmo) até esta semana. No ATP de Santiago, colocamos 2 tenistas nas semi-finais: Thomaz Bellucci (22 anos) e João Souza (21 anos).

Repare na idade dos jogadores. Se eles tiverem começado aos entre os 8, 10 anos, como é comum, provavelmente teria sido pela publicidade gerada por Kuerten, que começava sua carreira e já possuía um título de Grand Slam. É aí que entra os frutos da "Era Guga", 10 anos após seu melhor ano.

Quando cobramos a CBT pelo mal aproveitamento do momento que vivia o melhor tenista da história do país, nos esquecemos que demora anos para formar um atleta. O que Guga fez está sendo visto hoje. Isso serve para nos fazer ter mais paciência e entender a situação como um todo antes de criticar.

Acho que até mesmo Tiago Fernandes pegou o resquício da Era Guga e do "boom" de praticantes que o país teve graças ao catarinense. Resta agora torcer para os brasileiros se tornem bons tenistas e continuem nesse bom momento que vive o tênis brasileiro.

PS: Hoje tem Bellucci vs Monaco. Torço para o brasileiro (que é Top-3o agora), mas acho que Monaco leva o título.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Um novo Bellucci.

O processo de formação de uma carreira no tênis é sempre algo curioso. Ao contrário da maioria das profissões, onde subimos passo-a-passo, no tênis a coisa é um pouco diferente - os tenistas sobem em "pulos". Usarei o exemplo de Bellucci para tentar explicar melhor.

A grande maioria das pessoas que sabem de tênis falam sobre os perigos da passagem do juvenil para o profissional. O juvenil precisa, antes de tudo, se acostumar com o clima e jogo do tênis profissional não só no aspecto técnico, mas também no mental - É o primeiro "pulo" na carreira.

Após o primeiro pulo, o processo fica um pouco mas ameno mas não menos importante. É hora de se acostumar com o jogo dos top-200, depois dos top-100, top-50, e por aí vai. São saltos que tenista "normal" (não os grandes diferenciados, como Federer, Sampras, Guga, etc...) faz para subir na carreira. Bellucci passou com maestria por eles, e agora busca se acostumar com o jogo dos top-15. Gonzalez será um bom teste.

Não estou acompanhando muito o tênis nesta semana, mas vi o jogo de Bellucci contra Capdeville, onde o brasileiro, mesmo jogando muito mal, ganhou a partida. Fiquei contente. Mostrou que ele sabia que ia ganhar independentemente de tudo, pois era superior ao adversário. Na semi-final contra Gonzalez a coisa pode ser um pouco diferente.

Se você está pensado: "Ah! Mas o Bellucci ainda dá as famosas "viajadas" durante os jogos." Eu concordo com você, ainda é um defeito, mas ele melhorou muito. Antes, o brasuca perdia muitos, mas muitos jogos no terceiro set. Este ano ele ganhou todos os terceiros sets, se não me engano. Uma melhora considerável.

Feijão

Confesso que não o vi jogar em Santiago, mas o feito de chegar a uma semi-final de ATP 250 é de se comemorar. Embora fique feliz com o João, é muito claro que ele não vai continuar assim nos próximo mês. Como também não podemos chamar de fracasso se ele perder na primeira rodada de outro ATP futuramente. Como disse antes, é necessário se acostumar.
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PS: Quando falamos sobre a falta de aproveitamento da CBT quando estávamos na "Era Guga", confesso que discordo daqueles que falam que não a aproveitamos. Amanhã falo sobre isso sem falta.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Brasil Open!


Daqui a alguns dias começará o maior torneio do país e as expectativas sobre o desempenho dos brasileiros é enorme. Thomaz Bellucci, Marcos Daniel, Ricardo Mello, João Feijão e Ricardo Hocevar estão garantidos na chave principal e contarão com o forte sol baiano e o apoio da torcida. Apesar da chave ainda não ter saído, podemos analisar através da lista de inscritos a chance dos brasileiros fazerem uma boa campanha em território nacional. Os jogadores mais gabaritados a levar o título são: Juan Carlos Ferrero, Richard Gasquet e é claro, Thomaz Bellucci. Poderia colocar também nessa lista o perigoso Igor Andreev, mas o russo não fez um bom início de temporada. Almagro desistiu, esse sim está jogando em altíssimo nível e seria uma verdadeira pedra no sapato.

O número 1 do Brasil tem boas chance de defender seus pontos em casa e até mesmo faturar o torneio, está bastante confiante e tem jogo para bater qualquer um dos participantes. Porém o nosso top 35 vai precisar ser mais regular do fundo e trabalhar os pontos com paciência pois pode esbarrar com outros espanhois e argentinos especialistas no piso. Certamente também haverá muita expectativa com a participação de Tiago Fernandes no quali. A experiência somada em um evento desse porte será de enorme valia para o jovem Alagoano na sua transição para o circuito profissional.
Enfim, acredito que o Brasil Open desse ano será muito promissor para os brasileiros, já que não está tão forte como nos outros anos e o fator torcida também poderá fazer uma grande diferença. ______________________________________________________________

Depois de furar o quali, João Souza está nas quartas no atp de Santiago no Chile, bom momento vive o brasileiro. O convite para chave principal de Sauípe foi mais do que merecido!

Privilégio de uma Geração


Crescemos ao som de vozes enaltecendo o passado. Uma época de ouro, com os melhores filmes, as maiores bandas, os melhores atletas, foi o que sempre li e ouvi. Definitivamente uma mistura de orgulho e nostalgia que é reflexo de um dos ditados mais populares e verdadeiros da história: só damos valor às coisas depois que elas se vão. Sempre fui um contestador deste fato. E hoje tenho um forte aliado para isso: Roger Federer.

Matematicamente ele pode ser considerado o melhor tenista da história. Mas isso é pouco para o suiço. Ele caminha para se tornar o jogador mais versátil e perfeito da história deste esporte. Dentro e fora das quadras. Um atleta saudável, caráter exemplar. E um verdadeiro exterminador quando entra em competição. Seus golpes são uma mistura de beleza e crueldade ímpar. É fácil o espectador se pegar rindo sozinho após o suiço vencer um ponto, tamanha a facilidade com que ele joga (ou seria ensina?) esse esporte tão complexo como o tênis. Seus adversários o admiram não mais do que o temem. E devem sempre se perguntar: “por que não nasci 15 anos antes ou depois?” (se bem que, se nascessem antes, talvez também se lamentassem, diria um certo Pete Sampras). O fato é que Roger Federer tem 28 anos e está no auge. E estamos aqui eu, você, pessoas de 8 a 80 anos, vendo esta lenda jogar. Seja ao vivo ou na TV.

Não sei se algum dia ele fechará o Grand Slam no mesmo ano, se baterá o número de títulos de Jimmy Connors ou se parará de jogar amanhã. Mas tenho uma certeza: meus filhos vão ler e ouvir muito sobre o suiço. E, quando eles imaginarem cada golpe, cada vitória, cada título deste homem, um único som virá às suas mentes. O som de aplausos.

domingo, 31 de janeiro de 2010

O clima errado.

Não adianta: Ninguém, exceto um espanhol por aí, consegue cozinhar Roger Federer em uma final de Grand Slam. Se você não é acostumado aos bordões tenísticos, "cozinhar" significa minar o jogo do adversário usando a paciência e regularidade, colocando bolas fundas e lentas no pior golpe do rival. Se você tem uma esquerda de uma mão, sabe muito bem o que estou falando.


Federer, que sempre eleva seu jogo nas finais, dominou os primeiros sets jogando de uma forma que somente ele consegue. De qualquer lado da quadra, com qualquer placar, com qualquer bola o suíço achava aquele precioso winner com o forehand, seja na paralela ou no contra pé. Isso sem falar nos voleios, que voleios! Até a esquerda com top spin, que apesar de não agredir, estava sólida e regular hoje. Uma aula do suíço em cima do britânico.

É sempre bom relembrar que Federer joga cada vez mais relaxado e confiante, principalmente nas finais de Grand Slam. Seja por ter ganho Roland Garros ou por ter se tornado pai de duas meninas, ou até mesmo por não ter Nadal em seu caminho, o fato é que ele não deixa chances e joga sempre o seu melhor nas finais, uma qualidade presente em todos os campeões do esporte.

O suíço, desde o início de sua supremacia, mostra cada vez mais que somente Rafael Nadal (em forma) é capaz de superá-lo em uma final de Grand Slam. Por mais que os torcedores do Federer detestem o estilo de Rafael Nadal, que chato seria se o tênis se espanhol não existisse. Mais que nunca, torço pela recuperação de Nadal, principalmente em Roland Garros e Wimbledon, onde acredito que o espanhol venha com sangue nos olhos para parar com a festa do suíço. O tênis merece ver de novo as grandes finais proporcionado por esses dois.

Murray

Não vou me alongar muito sobre Murray, já expus seu maior defeito em um post mais antigo. O britânico jogou como vinha jogando em 2009: Sólido na defesa e muito, mas muito conservador. No jogo todo, foi nítido a pressão em que Murray estava jogando. Não conseguia soltar seus golpes, errava bolas em que só queria por na quadra e parecia inquieto. Mesmo quando tentou mudar o panorama da partida e começar a agredir mais, o número de erros não-forçados foi incomum para um jogador tão regular como o britânico.

Talvez não seja culpa dele, claro. Afinal, Henman sofria coisa parecida nas fases finais dos Slams e sempre foi crucificado pela imprensa inglesa, uma das mais corneteiras do mundo. Murray tinha chances? Claro. Até o jogo contra Nadal, Murray, ao lado de Davydenko, era o melhor jogador do torneio. Até ele mesmo sabia que podia ganhar de Federer. O problema é que cada jogo, apesar de toda importância, deve ser jogada como somente um jogo. Nada mais. A final de hoje não era a partida para um britânico finalmente vencer um Slam e levar os ingleses à loucura, como dizia os tablóides londrinos. O jogo hoje era somente mais uma partida de tênis jogada em 5 sets, nada mais que isso. Ah, se isso vendesse jornal.


Murray entrando no clima errado.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Sobre a final do Australian Open


Embora não tenha muito o que dizer sobre a final, não poderia deixar meu palpite aqui no Blog. Acredito que o jogo de amanhã seja um dos melhores jogos da temporada, e darei aqui meus motivos:


Murray vem jogando como nunca jogou em sua carreira. Continua se movendo e defendendo bem, coisa que sempre fez em sua carreira, mas neste Grand Slam ele está mais agressivo. Vem fazendo muitos winners e isso deixa qualquer um bem confiante. Apesar disso tudo, não sei se Murray vai entrar calmo na partida. A imprensa inglesa é uma das mais "corneteiras"do mundo e a pressão para que um britânico leve um título de Grand Slam, que não vem desde Fred Perry em 1936, é forte.

Por outro lado, Federer vem de 2 jogos espetaculares: Destruiu Davydenko (a partir do segundo set, é verdade.) nas quartas e treinou contra um Tsonga problemático nas semis. Mas mais importante que tudo isso foi a tranqüilidade com que Roger está jogando. Não sei se foi por que ele ganhou Roland Garros ou o por que se tornou pai, mas é fato que o suíço vem jogando cada vez mais calmo e relaxado, o que o deixa ainda mais perigoso.

Tática

"O que Andy Murray necessita fazer para ganhar:"
  • Fazer o suíço correr.
  • Abusar de bolas profundas no backhand de Federer.
  • Sacar muito bem, principalmente nos pontos importantes.
  • Variar o jogo, nunca deixando o suíço ficar á vontade.
  • Correr e defender bem, como naturalmente o faz, mas não deixar de ser agressivo nas horas certas.
"O que Roger Federer necessita fazer para ganhar:"
  • Ser agressivo.
  • Ditar os pontos.
  • Jogar como Federer.

Meu palpite:
Se eu tivesse 1000 reais para apostar, guardaria meu dinheiro. Qualquer previsão hoje é pura loteria. Antes das QF, apostaria em Murray, mas Federer elevou o seu jogo nos últimos jogos e complicou a situação. Vou de Federer, em 5 sets.


Ps: Até agora, estou em 12/14 em palpites corretos, e os dois que perdi foram por motivos físicos: Roddick e Djokovic.

Serenidade que espanta.

Tiago Fernandes é o primeiro brasileiro na história a ganhar um título de Grand Slam Juvenil. Jogando um tênis sólido, Tiago bateu o "gordinho" australiano Sean Berman por 7/5 6/3.


Os brasileiros que viram a partida ontem na ESPN têm muito o que comemorar. O menino tem um poderosíssimo forehand, um belo saque e uma arrojo incomum (ainda mais para um juvenil) nos pontos importantes. Tiago salvou inúmeros break-points com seu bom e "estranho" serviço: Ele se posicionava como um sacador de duplas, bem aberto, e soltava um saque potente e chapado na esquerda do australiano, que não conseguia devolver.

Apesar de estar muito bem no quesito técnico, o que mais me espantou no jovem alagoano foi a serenidade apresenta por ele após a partida. Nada de pulinhos, gritos, comemorações exageradas ou bolas pro alto. Tiago fechou a partida, olhou para o seu box, sorriu e cumprimentou o adversário. Só isso. O menino sabe que ainda não ganhou nada.

Talvez aí entre o mérito de Larri Passos, um técnico "chato" que visa muito o lado trabalhador no tênis, sempre trabalhando a cabeça e o coração do tenista e mostrando-o que ainda há muito o que percorrer.

O feito de Fernandes deve valer uma vaga para o qualy do Brasil Open, mais um ponto para Larri. Embora os mais empolgados, como a CBT, gostariam de ver Fernandes na chave principal, o jogo de ontem mostrou que o nível de um juvenil ainda está muito aquém do jogo do jogo dos top-100 que participarão na Costa do Sauípe. Larri, corretamente, vetou o convite para a chave principal e o colocou no qualy.

O brasileiro terá ainda muitos anos para melhorar e, quem sabe, se tornar um bom profissional. É sempre bom destacar que uma carreira como juvenil não significa que o tenista vai ter também uma boa carreira como profissional, e vice-versa. Cansamos de ver grandes promessas juvenis não resultarem em nada, mas acredito que esse não será o caso de Tiago Fernandes.


sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Com suor.


Tiago Fernandes, com recém completados 17 anos, está na final do Australian Open juvenil. Um feito histórico para o tênis juvenil brasileiro, que há muito tempo não coloca um jogador na mesma posição que Fendandes. O alagoano ainda tem 2 anos como juvenil (2010 e 2011) e tem grandes chances de se tornar profissional, pois tem Larri Passos como técnico, que já sabe os caminhos necessários para melhor adaptar o tenista na transição do juvenil para o profissional.


Quando perguntados sobre o por que do Brasil não ter muitos jogadores profissionais, sempre botamos a culpa nas confederações, que, dentre muitos defeitos, não dão o devido suporte aos atletas. Mas, se for assim, por que a Argentina sempre tem uma escola muito boa? Lá a confederação age diferente?

Admito que não sei responder esta pergunta, mas duvido muito que a confederação argentina seja muito diferente da brasileira. O maior motivo para não termos uma quantidade maior de atletas são nossos próprios atletas. Talvez por que a grande maioria dos praticantes de tênis ser de classe média, acostumados com tudo do bom e do melhor, e não são aptos ou corajosos o bastante para passar meses de sofrimento jogando nos torneios menores na Europa.

Não que seja fácil, muito pelo contrário. Mas se tem uma qualidade que os argentinos possuem de sobra é a raça. Eles passam meses fora de casa treinando sem parar, encarando todas as dificuldades possíveis por um objetivo que muitas vezes não dá em nada. Haja coragem. Além de tudo, muito tenistas não possuem o ensino médio. O que será do garoto se ele não conseguir superar a transição do juvenil para o profissional? Situação complicada. Mas, como em tudo na vida, é necessário arriscar - coisa que os argentinos fazem muito melhor que os brasileiros.

Muitas vezes o que comprova a falta de ousadia dos jogadores brasileiros é o comodismo. Em vez de tentarem jogar qualis de torneios maiores, como alguns ATP 250 ou 500, muito preferem viajar pelo Brasil para jogar Challengers, onde garantem que ganham mais partidas, gastam menos e é mais seguro. Claro que falar é sempre mais fácil, afinal, eu não estou na pele deles. Mas gostaria mesmo que muitos destes seguissem o exemplo do que fez Ricardo Hocevar.

PS: Não quero tirar a culpa da CBT, que até vem melhorando colocando muitos torneios Futures no Brasil, para evitar o sofrimento que falei acima. Mas acredito que todos concordam que a CBT, apesar de uma modesta melhora, ainda precisa melhorar.

PS2: Cadê o Emílio??

PS3: A ESPN MOSTRARÁ A PARTIDA A PARTIR DE 0h30 DESTE SÁBADO!!
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Sem suor.

Federer passeou nas semis. Jogou muito sólido e não deu chances para um Tsonga bem modesto e parecendo estar passando por dificuldades. Murray deve ter ficado mais preocupado depois de ver o tênis que o suiço apresentou hoje.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Texto prematuro sobre a final do AO.

Difícil imaginar outra final para o Australian Open senão entre Roger Federer vs Andy Murray. Os dois estão na ponta dos cascos em todos os sentidos: mental, físico e, principalmente, técnico. Espero um dos melhores jogos do ano, assim como foi entre o mesmo Federer e Nadal na final de 2009.

Hoje pela manhã Murray garantiu com segurança a sua vaga na final, jogando contra um obviamente cansado Cilic. O croata, apesar de ter sido o primeiro a ganhar um set de Murray no torneio, ofereceu pouca resistência a Murray, que não começou bem a partida. Se quer ganhar esse Grand Slam, o britânico não pode cometer esse erro novamente. Afinal, se ele viu o jogo de Federer contra Davydenko, acho que ele notou o que o suiço é capaz de fazer quando o adversário deixa uma brecha.

Apesar de Federer estar em grande forma, Murray nunca esteve tão próximo de ganhar seu primeiro Grand Slam. Em um entrevista (antes do AO Open, se não me engano), o britânico afirmo que, se ele estiver jogando bem, não há motivos para que ele saia de Melbourne sem a taça. Pode parecer um pouco arrogante, mas você já viu Federer perder para alguém que entrou o respeitando?

Nalbadian, Cañas, Del Potro, Djokovic, Nadal, Guga, Safin. Todos esses já surpreenderam o suiço uma ou mais vezes em torneios grandes. Entre eles temos 3 argentinos, que, sem preconceito nenhum, ás vezes se acham no centro do mundo. Os outros são jogadores conhecidos, respeitados e que possuem títulos de Grand Slam, ou seja, jogadores que sabem que podem ganhar de qualquer um se estiverem num dia bom. Quem sabe esse seja o segredo para bater o suiço: Não o respeitar.


Já disse aqui e repito: Não acredito nenhum um pouco que Tsonga ganhe de Federer. O suiço está em grande forma, e, mesmo que o jogo seja tenso e disputado, não acho que Tsonga leve a melhor.
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Tiago Fernades na semi.

O pupilo de Larri Passos vai bem (mais uma vez) em um Grand Slam juvenil. É sempre bom lembrar que Tiago Fernandes tem somente 16 anos (faz 17 amanhã), e tem ainda mais dois anos todo podendo jogar o circuito junior da ATP. Se eu fosse o Larri, já o colocava em alguns Challengers aqui do Brasil, sem esquecer os grandes torneios juvenis da ATP. Bem encaminhado esse garoto...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Relembrando o Australian: Ano 2000

Como vai se tornar comum aqui no Blog, quarta-feira vai ser o dia de relembrar alguns jogos marcantes do tênis Pré-Federer/Nadal. O vídeo escolhido de hoje é o Tie-Break entre Sampras e Agassi, jogo válido pela semi-final do Australian Open de 2000. Como o título do vídeo diz, High Class Tennis.




Ps1: A qualidade do vídeo não está boa, por isso aconselho a ver em tela cheia.
Ps2: Esse Sampras tinha um p*^% segundo saque, hein?
Ps3: Para quem quiser ver o primeiro tie-break do jogo, clique aqui.

A beleza dos 5 sets.


Quem viu ou leu como foi o jogo entre Roger Federer e Nikolay Davydenko, notou muito bem como funciona uma melhor de 5 sets. Pode parecer um exagero, mas no nível que esses "caras" jogam, ser uma melhor de 5 sets ou melhor de 3 faz toda a diferença.


Que Davydenko estava em uma fase excepcional isso todo mundo sabia. Até mesmo ele se perguntava até quando continuaria jogando um tênis tão sólido e seguro. A questão é que para ganhar de Federer ou Nadal, em um Grand Slam, não basta estar numa fase excepcional. É preciso ser excepcional. Claro, surpresas acontecem, mas quantas vezes você vê Federer e/ou Nadal, jogando 100%, perderem antes da final?

O lado mental ganha muita importância nos jogos de 5 sets. Quando Davydenko fez 6/2 3/1 com dois breaks, pode ter pensado que estava perto da vitória, erro crucial do russo. Federer se manteve calmo durante todo o massacre que levava, e então aproveitou a pequena brechado adversário. 13 games seguidos!

Ao virar a partida, Federer mostrou que tem como poucos a visão de um jogo longo. Sabia que a partida estava muito longe de acabar e se manteve tranquilo, sabendo que uma hora ou outra seu jogo entraria. É por isso que ele tem "só" 15 GS no currículo.

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Palpites para as semis:

Federer x Tsonga - Um passeio do suiço em 3 sets.
Murray x Cilic - Um passeio do britânico em 3 sets também.

Desculpe, espero estar enganado, mas não acho que as semis vão ser emocionantes.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Inspiração Brasileira

Cilic enfrentou 3 jogos seguidos de 5 sets no Austrália Open. Mas de onde ele tirou tanta garra? De onde veio tanto talento? A força de vontade para se recuperar nos momentos difíceis? Clique AQUI para descobrir porque o croata não desiste nunca. Rsrs

Não foi dessa vez


A ótima semana que Andy Roddick vinha tendo na Austrália acabou mais cedo que o esperado, com a derrota ante Marin Cilic nas quartas-de-final por um doloroso 6/3 no quinto set.

Jogando cada vez sólido e confiante, Roddick não conseguiu superar dois adversários: O inspirado e vigoroso croata, que tem tudo para se tornar top-10 em pouco tempo, e as dores no ombro direito.

A nova lesão do americano, que influenciou diretamente no resultado da partida (basta ver o número de aces), foi um adversário ainda mais díficil que o perigoso Cilic, desanimando Roddick cada vez que tinha seu serviço quebrado. Era um balde de água fria na grande semana que o americano vinha tendo.

Jogando um tênis de primeira linha, Roddick tinha chances contra qualquer tenista no Slam Australiano, até mesmo Roger Federer. Variando o jogo com slices, colocando mais seu primeiro saque em quadra, e com seus groundstrokes afiados, o americano mostrou que não é mais o tenista afobado que foi número 1 do mundo em 2003 e conquistou o US Open.

Já faz algum tempo que Roddick tem como sua principal meta outro título de Grand Slam. Se em 2009 quem tirou o Slam do americano foi Federer, este ano foi o ombro direito (até agora). Difícil imaginar situação pior. Uma pena para Roddick, que, notóriamente no final da partida, se via inconformado com a lesão. Ele merecia um pouco mais...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Será a vez de Andy Murray?


Quando apontamos os favoritos para um Grand Slam, um dos primeiros nomes a surgir é o do britânico Andy Murray. - merecidamente, afinal Murray é dono de um magnífico jogo de fundo de quadra é um dos poucos jogadores a ter um retrospecto positivo contra Federer. O que coloca uma pulga atrás da orelha de muita gente é o fato de Murray "sempre" desapontar nos Grand Slams - Coloco a palavra sempre entre aspas porque seria uma injustiça generalizar tal fato - Murray tem uma final de US Open e uma semi em Wimbledon no currículo. Muito pouco para alguém como ele não?


Ao contrário de Novak Djokovic (o melhor tenista para fazer uma comparação), Murray vive sendo eliminado antes do previsto nos maiores torneios do ano. Em 2008, o britânico sofreu derrotas contra Tsonga, Almagro, Nadal e Federer. E em 2009, melhor ano de Murray, derrotas para Verdasco, Gonzalez, Roddick e Cilic. Das 8 derrotas sofridas por Murray em GS nos últimos 2 anos, 6 delas foram para adversários com ranking mais baixo.

Particularmente, penso que isso ocorreu graças a uma pequena confusão na cabeça do britânico: Ao invés de jogar de forma inteligente, cozinhando o adversário no fundo da quadra e partindo para a paralela nas horas certas, Murray passou a jogar de forma defensiva, somente se preocupando em não errar. Isso é fatal quando se enfrenta jogadores inspirados, que, se precisar, acertam 5 winners no mesmo ponto. Foi o que ocorreu contra Tsonga, Verdasco, Gonzalez, etc... Murray tentava forçar o erro mas eles não erravam.

Li no início do ano que Murray reconheceu que precisa ser um pouco mais agressivo se quiser ganhar do "grandes" em uma melhor de 5 sets. O jogo contra Nadal (amanhã ás 6h30) vai ser um grande teste para o britânico, afinal, ninguém ganha do espanhol esperando erros.

Por dentro do Austrália Open

Estava vendo mais uma vez uma das maiores invenções do homem, o Youtube, e encontrei um vídeo bem bacana sobre o primeiro Slam do ano. O ex-tenista Jim Courier, que faz a entrevista com os jogadores após as partidas, gravou um vídeo bem legal mostrando algumas intalações do torneio que são abertas ao público. Confira:

Austrália Open, Quartas-de-Final


Depois de rodadas mornas no início, o Australian Open melhorou bastante nos últimos 4 dias. Com os tenistas jogando muito bem, o AOpen nos propiciou os melhores jogos de Quartas-de-Final que poderia. Só jogão. Dos 8 classificados, 7 têm chances de título: Federer, Nadal, Murray, Djokovic, Davydenko e, particulamente, coloco Cilic e Roddick. Ou seja, só não acredito em Tsonga.


Vamos aos jogos:

Roger Federer x Nicolay Davydenko

Um jogo que todos esperavam desde o início do torneio. Davydenko, pela primeira vez no ano, não jogou um tênis muito sólido contra Verdasco e o suiço acaba de sair de uma vitória arrasadora sobre Hewitt. Sou mais Federer, em 4 sets.


Novak Djokovic x Jo-Wilfred Tsonga

Apesar de não ter sido testado até agora no torneio, Djokovic vem passando com extrema facilidade e está muito ágil na parte física. Tsonga acaba de sair de um pesado 9-7 no quinto set e, por isso, sou ainda mais Djokovic, em 4 sets.


Andy Roddick x Marin Cilic

Jogo duríssimo! Cilic vem jogando super bem e está muito confiante com a vitória sobre Delpo nas oitavas, enquanto Roddick vem jogando um tênis quase tão sólido quanto o que o levou à final de Wimbledon em 2009. Tudo pode acontecer nesta partida. Aposto em Roddick, no quinto set.

Andy Murray x Rafael Nadal

Outro jogo sensacional nas QF do Slam Australiano. Murray vem jogando de forma espetalucar - passou pelo grandalhão Isner com extrema facilidade - e Nadal é Nadal, mesmo sem nenhuma atuação de gala é difícil apostar contra o espanhol. Ao contrário do início do torneio, vou de Murray, em 5 sets.



PS: Acertei todos os palpites das oitavas de final (sem os sets, claro), será que dessa vez mantenho 100% de aproveitamento?. Rsrs.

domingo, 24 de janeiro de 2010

"O" Game e "O" desafio.

Quem assistiu ao jogo entre Fernando Gonzalez e Andy Roddick viu um jogaço. Com muito winners (207 no total!) e poucos erros não-forçados, os dois tenistas jogaram um tênis sólido e de alto nível no Slam Australiano.


A partida mostrou também como uma partida de tênis, que pode chegar a ter 4 horas de jogo, pode ser definida em um ponto que dura 5 segundos ou menos. O belo jogo de hoje a tarde mostra bem isso - Dos 300 pontos jogados na partida, 3 deles foram muito importantes e 1 em particular definiu a partida.

Após salvar 4 set points do 4/5, chegou a vez de Gonzalez sacar para levar o jogo para o tie-break do quarto set. Com belos saques e direitas, chegou a ter um 40/0 e, conseqüentemente, 3 game-points seguidos. Foi aí que tudo desmoronou.

Roddick, jogando muito, ganhou três pontos seguidos e o game foi para o deuce, com Gonzalez salvando alguns set points. Porém o chileno não suportaria muito tempo. Roddick mandou uma cruzada, que parecia que ia fora, na linha. Até mesmo o juiz a chamou fora. Resultado: Roddick desafiou a chamada e o Hawk-Eye mostrou a bolinha indo na linha. Gonzalez, que poderia chegar na bola, parou achando que a bola ia para fora e o golpe foi concretizado um winner. Game, set (match) Roddick!

A partir daí o chileno abaixou a cabeça e saiu de foco, facilitando bastante a vida do americano, que ganhou a partida por 6/3 3/6 4/6 7/5 6/2. Uma pena. O jogo merecia um quinto set.


"E se os tenistas usassem mais o saque-voleio?"


Antes de escrever esta segunda coluna "E se..." no blog, vou confessar uma coisa: Sou fã do estilo saque-voleio. Sempre que posso pratico essa técnica nos jogos amadores que pratico aos finais de semana ou até mesmo nos video-games. Sou um verdadeiro fanático pelo saque-voleio.


No Austrália Open, consegui ver dois jogos que me fizeram pensar sobre a quase extinção do saque-voleio no tênis dos últimos 7 anos. Um desses jogos foi entre Carsten Ball e o espanhol top-10 Fernando Verdasco. Mesmo com muitas falhas em seu jogo, o americano naturalizado australiano conseguiu equilibrar o jogo contra um top-10 utilizando o saque-voleio (O jogo terminou em 6/7 7/6 7/5 6/2 para Verdasco). Isso nos faz pensar que um tenista com mais capacidade técnica do que Ball poderia estar entre os 10 melhores do mundo jogando no saque-voleio.

Para mim, o grande problema dos sacadores-voleadores foi o avanço da devolução nos últimos anos. Quem viu Andy Murray contra Taylor Dent no US Open ano passado sabe bem o que eu estou dizendo. Murray bloqueava com maestria os saques acima de 200Km/h e colocava a bolinha no pé do americano - isso quando não acertava as linhas, deixando o Dent sem nenhuma opção em quadra.

Apesar da devolução ter se tornado uma arma mais perigosa nos últimos tempos, mas não acredito que um grande jogo de rede (como os de Sampras, Henman, Rafter, entre outros) não conseguisse ser competitivos hoje em dia. Claro, haveria mais dificuldades com as devoluções e eles teriam que aprimorar um pouco o jogo de fundo, mas nada impossível para esses maestros da rede.

Voltando mais para o tema "E se o tenistas usassem mais saque-voleio?", acredito que o tênis seria mais dinâmico e ainda melhor de se ver. Seria o meio termo entre o tênis antigo (onde quase todos os jogadores usavam bastante o saque-voleio) e o tênis do final desta década. Particularmente, gostaria muito que Federer voltasse a usar do seu saque-voleio uma arma, como fazia desde o início da carreira até o começo de seu reinado.

Hoje nos resta a ver somente alguns gatos pingados usando regurlamente o saque-voleio ou outros que vez ou outra gostam de surpreender, como Haas em Wimbledon de 2009, que chegou na semi-final utilizando o saque-voleio mesmo sem ter um poderoso saque como Roddick ou Karlovic.

Não achei bons vídeos de saque-voleio no youtube, mas colocarei a vitória de Haas sobre Djokovic em Wimbledon e uma parte do jogo entre Taylor Dent e Roger Federer em 2009.




PS: Dent é Dent e Federer é Federer. Não é porque joga no saque-voleio que perdeu... rsrsrs

sábado, 23 de janeiro de 2010

Bate-bola em HD.

Olhando o canal FYB do youtube encontrei vários vídeos que mostram os profissionais batendo uma bolinha. Os vídeos, que estão em alta definição, não são lá muito empolgantes, mas para quem gosta vale a pena mesmo assistir.


Safin e Bellucci.


Federer e Gulbis (Note que Federer não está lá muito empolgado com o treino...)


Nadal e um jogador que não conheço.
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Gosto também de dois outros vídeos, que não estão no canal da FYB e nem estão em HD. Sempre que vejo me dá uma tremenda vontade de jogar. Um é Roger Federer aquecendo calmamente seus golpes no carpete e o outro é Tommy Haas jogando uma partida/treino.

Federer começando a aquecer.


Tommy Haas - Movimentação.

Austrália Open, Oitavas-de-Final


Já se foram 3 rodadas do primeiro Grand Slam do ano. Confesso que embora o torneio tenha tido alguns bons jogos, minhas expectativas eram maiores para esta fase inicial do torneio. Agora com as oitavas definidas, o torneio deve melhorar e muito na segunda semana.


Roger Federer x Lleyton Hewitt

Tem tudo para ser um bom jogo, mas apesar de Hewitt jogar motivado pela sua torcida, o histórico de Federer contra o australiano o deixa como favotiro.
Minha aposta: Federer, em 4 sets.


Nikolay Davydenko x Fernando Verdasco

Outro jogo que deve ser bom, mas, alguém aí tem coragem de apostar contra o russo!?
Minha aposta: Davidenko, em 3 sets.


Novak Djokovic x Lukasz Kubot

Este jogo deve ser bem chatinho, Kubot ganhou a vaga na desistência de Youznhy. Dkojovic franco favotiro.
Minha aposta: Djoko, em 3 sets.


Jo-Wilfred Tsonga x Nicolas Almagro

Outro jogo interessante, Almagro pode dificultar bastante o jogo e lava-lo para o quarto ou quinto set.
Minha aposta: Tsonga, em 5 sets.

Andy Roddick x Fernando Gonzalez

Vi os dois jogarem no AOpen. Ambos mostraram um tênis seguro e de alto nível. Se Roddick jogar bem, acho que ele leva a partida por ter o saque e a esquerda melhores que o chileno, mas tudo pode acontecer.
Minha aposta: Roddick, em 4 sets.

Marin Cilic x Juan M. Del Potro

Del Potro vem ganhando os jogos na raça e sem ser muito consistente. Mesmo assim, pode levar a melhor sobre o perigoso Cilic.
Minha aposta: Hmmm... Cilic, em 4 sets.

Andy Murray x Jonh Isner

Se eu fosse o Isner eu estaria muito desapontado. Acredito que o grandalhão americano tem mais chances de ganhar de Federer do que de Murray, já que a devolução e o passing-shot de Murray é muito boa e inibe o jogo do americano.
Minha aposta: Murray, em 3 sets.

Rafael Nadal x Ivo Karlovic

Se Nadal tiver concentrado, já é o bastante para ganhar do Karlovic. Embora Karlovic possa complicar um poquinho levando os sets para o tie-break, se Nadal estiver focado acredito que ainda assim leva a melhor.
Minha aposta: Nadal, em 3 sets.




Se tornando um profissional - Parte II


Para começar, quero ser bem claro que há vários modos de um tenista conseguir atingir o circuito profissional, e também que, mesmo se o juvenil seguir os passos corretos, a chance de todo o esforço não resultar em nada é muito grande.


Li o livro de Pete Sampras (que recomendo a todos os que acompanham o esporte), e me surpreendi com o número de páginas que detalhavam os treinos e o aprendizado de um dos maiores ícones do esporte. No livro, Sampras bateu em uma tecla muito importante e que é um dos pontos mais falhos nos juvenis: Ele se preparou e trabalhou, desde pequeno, para ser um tenista profissional.

Esta "lei" que Sampras tinha em sua mente é de imenso valor para um aspirante a profissional no tênis. De nada adianta jogar bem e ser um dos destaques juvenis, se na hora de pular para o profissional o tenista não suporta a mudança. Quantos jogadores são ditos como futuras promessas e não vingam na ATP? Virar profissional não é fácil. É necessário talento, esforço e uma maturidade precoce para que um tenista juvenil entenda tudo o que é necessário para fazer do tênis a sua profissão. Afinal de contas, escutar os mais experientes e/ou abdicar um pouco de sua vida social (elementos essenciais para um tenista) não são coisas comuns na vida de um adolescente.

A vida de um tenista começa muito cedo, com 8 anos (ou menos, afinal os meninos estão cada vez mais precoces em tudo) os pequenos já conseguem dar suas primeiras raquetadas. Nesta fase, o importante é brincar e se divertir, mas, se o menino demonstrar muito interesse, o ideal é coloca-lo em uma academia aonde se tem melhores professores (se possível, um treinador individual). Um dos maiores defeitos aqui no Brasil são os rebatedores/professores nas academias do bairro, que somente jogam a bolinha para o menino rebater, com pouca noção de trabalho de pernas e posicionamento em quadra.

Outro detalhe que o juvenil não pode esquecer é que o tênis é um esporte muito individual (em termos de jogo) - É só você e seu técnico, mais ninguém. Ninguém deve interferir no trabalho. Você e seu técnico que devem programar os treinos e melhorar as deficiências, sempre visando o jogo profissional. Nada de se preocupar em dar balões ou coisas do gênero para ganhar torneios juvenis, é puro tempo perdido uma vez que isso não existe no tênis profissional. Muitas vezes, jogar uma categoria acima pode ser um grande aprendizado, pois impõe ao tenistas a jogar com várias adversidades (Como a maior força física do adversário), o que pode ajudar no circuito profissional.

Tecnicamente, é sempre bom ressaltar elementos tão essenciais e básicos como um bom forehand que ás vezes os professores esquecem de ensinar: A movimentação de pernas e o segundo saque. Em academias, canso de ver bons jogadores sendo frustrados por não terem um posicionamento correto em quadra e/ou que não têm segurança em seus segundos serviços. Também é importante ressaltar que, para tentar a vida como profissional, com 15/16 anos você deve ter um jogo bastante sólido e dominar todos os fundamentos do jogo. Nenhum tenista se forma da noite por dia. Os jogadores da ATP que vemos hoje na televisão viajam o mundo desde os 17/18 anos, jogando o circuito juvenil da mesma ATP (Ou mesmo antes, como Nadal que se tornou profissional aos 16 anos). Não me pergunte aonde entra a escola nisso tudo, pois terei que dizer quena maioria dos casos não há escola (Federer deixou de frequentar a escola aos 16 anos), mas estou longe de defender isso. Se você é um aspirante e não tem certeza absoluta de que quer ser profissional, não largue a escola. A vida é muito mais fácil e segura para quem estuda.

Separei aqui alguns videos de jogadores profissionais em seus primeiros anos como profissionais ou mesmo como juvenis. Os vídeos são bons para reparar no nível de jogo que esses "caras" tinham desde juvenil.




Federer aos 18 anos em ambos os vídeos.




Nadal, do juvenil ao topo.



Bernad Tomic, principal esperança australiana. Já se tornou profissional e levou Cilic ao quinto set neste AOpen

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Se tornando um profissional - Parte I

Como estou com pouco tempo esses dias, não escreverei tudo sobre o assunto proposto no título deste post. No entanto, gostaria de apresentar um vídeo/introdução que mostra dois irmãos em sua luta diária para se tornar um tenista profissional. Notem que o trabalho é árduo e sempre há a possibilidade de não levar a nada. Pena que o vídeo é em inglês, mas vale a pena.



PD: Viu como é paia quando falamos que um jogador top-100, ou top-200 não joga nada?

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Por que Phillipp Kohlschreiber vai perder de Nadal.

Rafael Nadal não possui um incrível serviço, nem um tremendo backhand, e nem muito menos um bom jogo de rede. Até mesmo Davidenko já chamou o espanhol de "fraco tecnicamente". No entanto, eu afirmo com todas as letras: Nadal ganhará de Phillip Kohlschreiber hoje ás 6h da manhã.


Não que o alemão (atual número 26 do ranking) seja um
péssimo jogador, pelo contrário: Ele já eliminou Andy
Roddick na Austrália e também ganhou de Djokovic em
sets diretos em Roland Garros, ano passado. O problema principal
dele na partida de hoje são as duas principais qualidades de Nadal:
Uma força física absurda e o total controle de seu
forehand, mesmo na corrida. Ainda por cima, Nadal é canhoto,
o que sempre complica os adversários.

Sempre que o espanhol tem tempo de ajeitar o corpo
para usar o forehand, ele usa um tiro cruzado e sem riscos, com muito
efeito (passa muito alto da rede), que mesmo não sendo
fundo, obriga o adversário a sair da quadra para devolver de backhand
(se o oponente for destro, como o alemão).

Esse golpe citado acima incomoda e muito os jogadores destros que batem com somente uma
das mãos na raquete (caso de Kohlschreiber e Federer, que sofre com a mesma bola), o que faz
Nadal ser ainda mais favotiro contra o alemão. Essa bola tática usada por Nadal pode ser considerada
uma das mais perigosas armas do espanhol, principalmente nos momentos decisivos. Que a força
esteja com o revés de Kohlschreiber.


PS: Se Kohlschreiber ganhar nem sei o que direi, mas, com certeza, nunca mais farei um post
parecido.
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Em tempo: Todos os brasileiros já foram eliminados em simples e duplas, só nos resta torcer para a dupla mista.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Austrália Open, 10 anos atrás.

Começa hoje o primeiro post da série "Relembrando", que terá toda quarta-feira aqui no Blog. Para os leitores que acompanham o tênis a menos tempo, e/ou que pensam que o esporte é feito somente de Federer e Nadal, a coluna Relembrando será de inestimável valor, pois, através da beleza do Youtube, poderão ver como os jogadores mais antigos (e talentosos) jogavam.


O jogo de hoje é a final do Aberto da Austrália de 2000, entre Andre Agassi e o russo Yevgeny Kafelnikov, que terminou com um 3/6 6/3 6/3 6/2 para o americano. O vídeo vale cada minuto.


O que vocês acham que ocorreria se os jogadores da década de 90 jogassem hoje em dia? Coloquem no comentário suas opiniões. Prometo escrever sobre isso em breve.

Como desconcentrar Rafael Nadal.

Uma torcedora extremamente empolgada foi o centro das atenções no jogo entre Rafael Nadal e Lukas Lacko, válido pela segunda rodada do Austrália Open. Impenetrável e extremamente focado, Nadal foi pego de surpresa pelo pedido inesperado da torcedora. Veja no video:


"Nadal will you marry me?"





Se eu fosse Roger Federer, contrataria a assanhada. Rs

Quando a tática desarma o tenista.

Andy Roddick acabou de fechar o jogo contra o brasileiro Thomaz Bellucci em sets diretos. 6/3 6/4 6/4 com alguns belos pontos e um jogo bem diferente a cada set. Apesar do jogo ter sido bom, o foco do post não vai ser sobre os pontos ou games da partida, mas sim sobre um detalhe curioso que notei no primeiro set: A tática que Bellucci entrou em quadra o desarmou.


Bellucci entrou em quadra preparado para "cozinhar" o norte-americano, ou seja, manter Roddick no fundo e esperar um erro não-forçado. Contra alguém do estilo de Roddick, até que essa tática funciona bem, no entanto, Bellucci sofreu com 2 problemas logo no primeiro set: Roddick estava muito regular do fundo de quadra e o fato de que Bellucci não é um tenista que "cozinha" seus adversários.

Bellucci é, e provavelmente sempre será, um jogador bastante agressivo e um pouco ansioso. Quando começou o jogo já se pôde notar que o paulista tinha abdicado de seu estilo e buscava frequentemente o erro do americano, um estilo de jogo muito diferente do usado normalmente pelo brasileiro. Quando isso acontece o tenista fica limitado dentro da quadra, focando somente em sua tática e esquecendo de tentar ir em busca dos pontos.

Bellucci não conseguia fazer pontos no poderoso saque de Roddick, o que o deixava cada vez mais pressionado a confirmar seu saque. A pressão surtia efeito: Roddick perdeu 5 breaks antes de quebrar o brasileiro e fechou o primeiro set por 6/3, provando que a tática não funcionara e, a partir daí, Bellucci saiu de foco e já iniciou o segundo set sendo quebrado (game que fez muitaaaa diferença). No meio do segundo set, por incrivel que pareça, uma coisa boa aconteceu: Bellucci mudou o jeito de jogar e começou a agredir o americano com golpes mais fundos e mais subidas a rede. O jogo começou a ficar mais parelho.

Mesmo com a melhora no jogo do Bellucci, Roddick fechou o segundo set por 6/4 e fomos para o terceiro e melhor set da partida, com Bellucci agredindo mais e sacando cada vez melhor, enquanto Roddick mantinha o mesmo nível de jogo. A partida vinha extremamente disputada quando Bellucci teve um 15/40 (com 3 bons contra-ataques) e não aproveitou. Roddick confirmou e depois quebrou o brasileiro (que tinha 40/15 e um voleio fácil na mão). O americano abriu 5/3 e não teve mais seu saque quebrado. Resultado, 6/3 6/4 6/4.

Teria muita curiosidade em saber como seria o jogo se Bellucci não entrasse com a tática que entrou. No entanto, talvez o jogo tenha servido de lição para Bellucci, de que é sempre arriscado mudar seu estilo de jogo para utilizar uma tática. O mais certo é tentar adequar ao máximo seu jogo ao do adversário.

Bellucci está numa nova fase de adaptação, começando a acostumar com o jogo dos top-10, top-20, o que requer certo tempo. A cada jogo a partir de agora Bellucci aprenderá alguma coisa e provavelmente vai estar cada vez melhor e mais preparado para se tornar um dos grandes. Valeu Bellucci.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O forehand de Federer.

Se você viu o jogo de Roger Federer contra o russo Igor Andreev na madrugada de hoje, provavelmente notou que a maioria dos pontos eram definidos pelo forehand dos dois jogadores. Mesmo não jogando seu melhor tênis, Federer dominava a maioria dos pontos quando tinha tempo de se ajustar para bater de direita, fazendo um winner ou abrindo a quadra para matar o ponto na bola seguinte.


Se você gosta de bater uma bolinha de vez em quando (e sabe um pouquinho de inglês), deveria ver o vídeo feito pelo FYB aqui em baixo. O FYB é um canal do youtube que contém vídeos-aula de tênis e uma série de vídeos mostrando os profissionais treinando, batendo bola, etc... Vale a pena conferir:

Forehand do Federer passo a passo:



Federer ganhou a partida ontem por 4/6 6/2 7/6 6/0

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BRASILEIROS NO AO:
Thomaz Bellucci d. Teimuraz Gabashvili 6/3 7/5 4/6 6/4
LLeyton Hewitt d. Ricardo Hocevar 6/1 6/2 6/3
Alejandro Falla d. Marcos Daniel 7/5 6/3 6/1

Hoje teremos a estréia da dupla mineira Marcelo Melo e Bruno Soares (sem previsão de horário) e o esperado jogo do Bellucci contra o Roddick por volta de meia-noite, provavelmente com transmissão pelo site www.atdhe.net

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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Austrália Open, Dia 1

Foto tirada por Marcelo Melo e postada no twitter.


Ainda nem acabou o primeiro dia do Grand Slam australiano, mas, com certeza, foi o pior dia de Grand Slam que eu me lembre. Pelo menos para nós brasileiros, já que Murray, Nadal e Del Potro jogaram em horários impossíveis de acompanhar (pelo menos para quem encarou a madrugada: os jogos foram entre 3h30 e 8h da manhã e ambos venceram sem grandes problemas). A chuva não cansava de atrapalhar e muitos jogos foram cancelados. Além disso, só via tênis feminino na TV durante a madrugada.

Ah, esse tênis feminino. Apesar da beleza das jogadoras estar cada vez melhor, o nível está lá em baixo. Sharapova que o diga: Jogou mal e já foi eliminada. 7/6 3/6 6/4, em mais de 3 horas de tortura.

O jogo do Bellucci foi interrompido várias vezes e não chegou a acabar. O brasileiro vinha muito bem (apesar de perder mais de 15 break points durante o jogo) e parecia com o jogo nas mãos. Ele fez 6/3 7/5 e tinha uma quebra na frente no terceiro, mas não sei o que ocorreu e o russo Gabashcili virou e ganhou o terceiro set. O jogo está em 6/3 7/5 4/6 3/2 para Bellucci, já com uma quebra de serviço na frente no quarto set. O jogo continua hoje por volta da meia-noite.

Os outros destaques foram a vitória do Karlovic em cima do bonitão Stepanek em 5 sets; Gonzalez jogando muito bem (acompanhei no www.atdhe.net) e despachando o baixinho Rochus; E Cilic, que vem aposentando o mago Santoro (está em 7/5 4/2 para o croata).
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JOGOS IMPORTANTES DO DIA 2:

Thomaz Bellucci vs Teimuraz Gabashvili - por volta da meia-noite.

Roger Federer vs Igor Andreev - por volta das 02:00h.

Marcos Daniel vs Alejandro Falla - Quinto jogo da quadra 10. Com tantos jogos femininos na frente, fica impossível fazer previsão.

Lleyton Hewitt vs Ricardo Hocevar - Rod Laver Arena - 6h da manhã.
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Espero que hoje seja possível acompanhar melhor o tênis e torcer para que a chuva deixe os jogos fluirem naturalmente. O jogo do Hocevar é imperdível.

PS: Uma coisa interessante para se fazer na madrugada é acompanhar o Grand Slam através do Twitter. Fernando Meligeni, em um de seus ataques causado pela tortura do jogo da Sharapova, chamou a beleza russa de "ÄNTA". Foi um alvoroço enorme. Não sabia que a russa tinha tantos amigos no twitter rsrsrs. Recomendo para todo mundo acompanhar os twitters do @saqueevoleio e @meligeni, realmente muito divertido.
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domingo, 17 de janeiro de 2010

Aquecendo para o Austrália.

Enquanto ninguém na TV paga cobre o evento que já começou, vale a pena ver os videos de um evento que visou ajudar as vítimas do Haiti. Federer, Nadal, Roddick, Serena e muito outros tenistas jogaram partidas de duplas para divertir o público na Austrália.








Mais vídeos no youtube. Basta buscar por "Hit for Haiti".

Hocevar, o cara.

Por mais incrível que pareça, Ricardo Hocevar é o terceiro brasileiro na chave principal do Austrália Open, feito nada fácil. Li na matéria da globoesporte.com todos os desafios e tormentos que o paulista de 24 enfrentou ao se arriscar no outro lado do mundo. Com voo atrasado, mala extraviada, resfriado e uma derrota na primeira rodada no Aberto de São Paulo, Hocevar superou o díficil qualy australiano, virando, com muita garra, dois dos três jogos do pré-classificatório (perdia um por 3/5 no terceiro set e outro por 1/6 3/4, com uma quebra de desvantagem no segundo set) .


Após superar tudo isso, o destino resolveu dar um "presente" para Hocevar, sorteando-o para jogar contra ninguém menos do que o ex-numero 1 LLeyton Hewitt, em sua casa. Digo que é um "presente" porque todo jogador gosta desta situação. Jogo grande, com a casa cheia, contra um ex-numero 1 do mundo. Pode pedir mais? Hocevar ganhou uma experiência que não ganharia se optasse pelo mais cômodo e seguro e ficasse no Brasil jogando o circuito challenger.

Espero que o feito de Hocevar pode resultar num enorme exemplo para os tenistas brasileiros: Arriscar estar entre os melhores. Após longas conversas, Hocevar e sua equipe (animados por Fernando Meligeni, que sempre bate nessa tecla) decidiu deixar o Challenger de Salinas de lado e arriscou atravessar o mundo. O motivo: Estar entre os melhores, treinar entre os melhores e, principalmente, notar o que os "caras" fazem de diferente para chegar num nível tão alto. Um baita resultado. Uma bela experiência. É assim que se tem que pensar.

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PS: Bellucci estréia ás 22h no Austrália Open contra Teimuraz Gabashvili, na quadra 14. Não sei se tem televisionamento na quadra, mas procurarei na internet e, se conseguir, postarei no twitter como ver o jogo. Twitter Blog 40/0


Tecnologia vs Tradição

Estava vislumbrando a linda infra-estrutura e as modernas quadras do complexo de Melbourne e analisando a evolução tecnológica em que o tênis sofreu desde o início da era aberta. Me questionei até que ponto esses avanços respeitarão a tradição do esporte. É inevitável dizer que as mudanças ocorridas ao longo dos anos têm sido benéficas para o desenvolvimento do tênis e, sem dúvidas, também ajudaram a trazer longevidade aos atletas. Vemos isso claramente no aperfeiçoamento das raquetes atuais, que são extremamente confortáveis e ajudam na obtenção de controle e de potência, muito diferente das primeiras raquetes feitas de madeira que causavam uma série de problemas físicos.

Os fãs mais antigos e acíduos do tênis podem observar que toda essa transformação não só proporcionou mais segurança e comodidade aos tenistas, como também acabou fazendo com que eles modificassem o estilo do jogo por conta da nova velocidade e potência gerada na bola. Ainda que vejamos tenistas extremamente talentosos em ação como Roger Federer e Justine Henin, que fazem o tênis parecer fácil, assistimos constantemente ao chamado "Tênis Força": Saques devastadores, poucos voleios, agressividade excessiva. Infelizmente, essa é a tônica da maioria das partidas de hoje em dia, para a decepção dos jogadores e apreciadores de um tênis clássico.


Por que não falar também do polêmico Hawk Eye, ou simplesmente "desafio"? A tecnologia veio para suprir os problemas ocorridos com as marcações de linha dos juízes e acabar de vez com as dúvidas geradas no desfecho de um ponto. Cabe aqui uma pergunta a ser respondida a respeito desta tecnologia: O Olho de Águia é realmente eficaz? Federer em várias declarações já se mostrou insatisfeito com o recurso (apesar de ainda assim fazer uso do mesmo em suas partidas), e alguns jogos já apresentaram erros grosseiros do Hawk-Eye, pondo assim a precisão do aparato em dúvida.




E o que dizer das requintadas quadras sintéticas? Na história do Grand Slam Australiano tudo começou com a tradicional grama, depois foi para Rebound Ace e atualmente o piso utilizado é o Plexicushion Prestige, que promete reter menos o calor e minimizar lesões nas articulações dos tenistas. No entanto, o que vemos muitas vezes são jogadores insatisfeitos com a velocidade e o quique da bola, sem falar na mudança constante do piso.



Apesar de tudo, a conclusão que se pode tirar disso tudo é que o avanço tecnológico (se bem aplicado) sempre será bem vindo no esporte, do calçado do tenista até a construção de um teto retrátil em um estádio. A tecnologia deve ser utilizada para agregar valor a modalidade e não para somar problemas. E essas mudanças precisam respeitar e vigorar seus recursos de modo que não descaracterize e rompa bruscamente as tradições de um esporte tão exemplar como o tênis.