domingo, 7 de fevereiro de 2010

Os Frutos da "Era Guga".

Tenho 20 anos e um dos motivos para começar a jogar tênis foi a grande publicidade que o Guga fez para o tênis no Brasil. Iniciei na escolinha em 1999, ano em que Guga se solidificava entre os top-10 e aparecia cada vez mais na mídia brasileira.

Se eu me tornasse um profissional, certamente afirmaria que eu teria sido um fruto das conquistas e do carisma do catarinense. Afinal, se não fosse por ele eu provavelmente nunca teria me inscrito na escolinha de tênis.

A questão é que se eu me tornasse um profissional, seria neste ano em que ganharia visibilidade. Ou seja, 9 anos após o tri-campeonato em Roland Garros e a 6 anos do último ano competitivo do brasileiro (2004).

Li no Blog do Paulo Cleto que o próprio não acredita mais que houve um "aproveitamento" da Era Guga pela CBT. Concordava com ele (e muitos que dizem o mesmo) até esta semana. No ATP de Santiago, colocamos 2 tenistas nas semi-finais: Thomaz Bellucci (22 anos) e João Souza (21 anos).

Repare na idade dos jogadores. Se eles tiverem começado aos entre os 8, 10 anos, como é comum, provavelmente teria sido pela publicidade gerada por Kuerten, que começava sua carreira e já possuía um título de Grand Slam. É aí que entra os frutos da "Era Guga", 10 anos após seu melhor ano.

Quando cobramos a CBT pelo mal aproveitamento do momento que vivia o melhor tenista da história do país, nos esquecemos que demora anos para formar um atleta. O que Guga fez está sendo visto hoje. Isso serve para nos fazer ter mais paciência e entender a situação como um todo antes de criticar.

Acho que até mesmo Tiago Fernandes pegou o resquício da Era Guga e do "boom" de praticantes que o país teve graças ao catarinense. Resta agora torcer para os brasileiros se tornem bons tenistas e continuem nesse bom momento que vive o tênis brasileiro.

PS: Hoje tem Bellucci vs Monaco. Torço para o brasileiro (que é Top-3o agora), mas acho que Monaco leva o título.

4 comentários:

Anônimo disse...

ae, q bom q vc errou o palpite e o Bellucci levou essa!!!!

hehe, brincadeirinha...

Anônimo disse...

Gostaria de saber como é ou era seu estilo de jogar.
Lendo seus posts, fico com a impressão que seu estilo está mais para um tenista de vários golpes,com boa técnica, boa habilidade, que joga em todas as partes da quadra e que gosta de ir pra a rede volear.
Ao contrario da tendencia atual em que a maioria dos tenistas, ficam plantados na linha de base soltando pancada.
Acertei?

Rafael Tenorio disse...

Rodrigo Oliveira... em relação aos comentários sobre o aproveitamento, por parte da CBT, da grande exposição do esporte no Brasil devido à "Era Guga", não concordo contigo. Que o surgimento de um grande ídolo inspirou vários jóvens à pratica do tênis, é algo de difícil contestação. Porém, o mérito da questão não reside aí, mas na percepção de que a confederação, ou seja o orgão oficial e responsável, não contribuiu de forma decisiva para tal crescimento, que poderia ter sido muito maior com uma atuação eficiente e responsável por parte da CBT. Um fato observado por alguns blogueiros, dentre eles o citado Paulo Cleto, é o de que a maior parte dos atletas que vem surgindo atualmente só passaram a ter um apoio efetivo e relevante por parte da Confederação após a obtensão de bons resultados. Um exemplo óbvio é o próprio Tiago Fernandes que, observando o seu histórico nota-se, não é "cria" da CBT e sim de esforços particulares de familiares, treinadores, dentre outros. Então não se pode falar de um aproveitamente medindo-se somente o surgimento de dois ou três jogadores com alguns bons resultados (antes da Era Guga nós tivemos o próprio Guga, Meligeni, dentre alguns outros), e sim observando toda uma estrutura de base, de treinamento, a própria perspectiva da descentralização dos investimentos, alem da persepção a respeito de as atitudes dos membros da CBT correspondem a um genuino interesse no crescimento do esporte ou são frutos de interesses individuais. E caso a segunda seja verdade, o quanto pode-se fazer a atualmente( e o que se faz efetivamente) para coibir tais conflitos de interesses. Logo acho que uma questão de tal magnitude deve ser abordada levando-se em conta os multiplos fatores relacionados a questão, e não buscando simplificar a questão a uma ou duas varíaveis.
Abraço.

Rodrigo Oliveira disse...

Concordo em partes com você, Rafael. Ando meio sem tempo ultimamente para discutir com mais profundidade o assunto, mas gostaria que todos que lessem este modesto Blog comentassem como você: Mostrando o ponto de vista, sendo ele crítica ou não. Agradeço desde já.