segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Chip and Charge.


Não sei se todos os que lêem este modesto Blog sabe o que é o "Chip and Charge". Não os culpo, afinal esta expressão deixou de ser usada há bastante tempo. O Chip and Charge é uma tática usada pelo devolvedor em que, logo na devolução, joga um slice no backhand do adversário e sobe para a rede. Uma tática simples que deixou de ser efetiva com o passar dos anos.


Llodra, que nunca teve um resultado expressivo no circuito, tem uma meta ambiciosa para 2010: Comemorar seus 30 anos com uma semi-final de Grand Slam. Nada fácil.

Não ouso dizer que o francês não tem jogo para tal, afinal ele coleciona algumas vitórias sobre jogadores top-15, mas para atingir tal meta ele precisar se preparar muito bem fisicamente. Não há como jogar fazendo saque-voleios até mesmo nos segundos saques sem ter um bom preparo físico.

Vi o jogo do francês contra Juan Monaco no Austraian Open. Um massacre até o final do terceiro set. O saque de canhoto, voleios e o chip and charge estavam deixando o argentino louco. Apesar de tudo, Llodra cansou e permitiu a virada.

Torço para que ele consiga realizar sua meta em 2010. Chegar a uma semi-final de Grand Slam jogando de forma tão simples poderá abrir um pouco o leque de opções que os tenistas usam hoje. Quem sabe na terra sagrada de Wimbledon (que, infelizmente ou não, ficou mais lenta) o francês consiga algum bom resultado, afinal, simplicidade e tradição combinam com Wimbledon, e com o Chip and Charge também.




quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

ATPs 250/500?


Roger Federer: 16 títulos de Grand Slam. 20 títulos de Master Series (contando 4 Master Cup).
Rafael Nadal: 6 títulos de Grand Slam. 15 Master Series.

Quem acompanhou o tênis do início dos anos 2000 sabe a imporância que tinha para os tenistas jogarem os torneios menos privilegiados. Vibravamos como loucos a cada ponto que nosso Guga fazia em Acapulco, Buenos Aires ou Lyon. Guga, Safin, Ferrero, todos os tops estavam lá, com exceção dos veteranos Andre Agassi e Pete Sampras.

Lembro até hoje da vitória de Guga sobre Safin em Indianápolis. Números 1 e 2 participando e jogando pra valer um torneio "pequeno" se comparado aos MS ou GS da vida. Hoje não se vê mais isso com frequência.

Federer e Nadal elevaram o nível do tênis mundial, assim como Sampras e Agassi o fizeram no passado. Até mesmo os poderosos Master 1000 são as vezes deixados de lado. Duvido que eles (Federer e Nadal) peguem o calendário e falem: Nessa temporada quero ganhar X Master 1000. O foco está nos Grand Slams.

Aproveitando o título do post, não vejo com muita atenção aos Atps 250/500 que estão rolando por agora. Do pouco que vi, me surpreendi com o jogo de Bellucci (muito sólido o garoto) e o preparo físico de Ricardo Mello. Já vi o Mello jogar algumas vezes em challengers, sempre me parecendo um bom passador e com um pouco de quilos a mais. Dessa vez ele está fininho, mostrando empenho para estar entre os 100 melhores do mundo antes de Roland Garros. Quem sabe ele aprimora um pouco mais a potência de seus golpes e consegue fazer um bom Grand Slam. Torço por ele, afinal, antes tarde do que nunca.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Os Frutos da "Era Guga".

Tenho 20 anos e um dos motivos para começar a jogar tênis foi a grande publicidade que o Guga fez para o tênis no Brasil. Iniciei na escolinha em 1999, ano em que Guga se solidificava entre os top-10 e aparecia cada vez mais na mídia brasileira.

Se eu me tornasse um profissional, certamente afirmaria que eu teria sido um fruto das conquistas e do carisma do catarinense. Afinal, se não fosse por ele eu provavelmente nunca teria me inscrito na escolinha de tênis.

A questão é que se eu me tornasse um profissional, seria neste ano em que ganharia visibilidade. Ou seja, 9 anos após o tri-campeonato em Roland Garros e a 6 anos do último ano competitivo do brasileiro (2004).

Li no Blog do Paulo Cleto que o próprio não acredita mais que houve um "aproveitamento" da Era Guga pela CBT. Concordava com ele (e muitos que dizem o mesmo) até esta semana. No ATP de Santiago, colocamos 2 tenistas nas semi-finais: Thomaz Bellucci (22 anos) e João Souza (21 anos).

Repare na idade dos jogadores. Se eles tiverem começado aos entre os 8, 10 anos, como é comum, provavelmente teria sido pela publicidade gerada por Kuerten, que começava sua carreira e já possuía um título de Grand Slam. É aí que entra os frutos da "Era Guga", 10 anos após seu melhor ano.

Quando cobramos a CBT pelo mal aproveitamento do momento que vivia o melhor tenista da história do país, nos esquecemos que demora anos para formar um atleta. O que Guga fez está sendo visto hoje. Isso serve para nos fazer ter mais paciência e entender a situação como um todo antes de criticar.

Acho que até mesmo Tiago Fernandes pegou o resquício da Era Guga e do "boom" de praticantes que o país teve graças ao catarinense. Resta agora torcer para os brasileiros se tornem bons tenistas e continuem nesse bom momento que vive o tênis brasileiro.

PS: Hoje tem Bellucci vs Monaco. Torço para o brasileiro (que é Top-3o agora), mas acho que Monaco leva o título.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Um novo Bellucci.

O processo de formação de uma carreira no tênis é sempre algo curioso. Ao contrário da maioria das profissões, onde subimos passo-a-passo, no tênis a coisa é um pouco diferente - os tenistas sobem em "pulos". Usarei o exemplo de Bellucci para tentar explicar melhor.

A grande maioria das pessoas que sabem de tênis falam sobre os perigos da passagem do juvenil para o profissional. O juvenil precisa, antes de tudo, se acostumar com o clima e jogo do tênis profissional não só no aspecto técnico, mas também no mental - É o primeiro "pulo" na carreira.

Após o primeiro pulo, o processo fica um pouco mas ameno mas não menos importante. É hora de se acostumar com o jogo dos top-200, depois dos top-100, top-50, e por aí vai. São saltos que tenista "normal" (não os grandes diferenciados, como Federer, Sampras, Guga, etc...) faz para subir na carreira. Bellucci passou com maestria por eles, e agora busca se acostumar com o jogo dos top-15. Gonzalez será um bom teste.

Não estou acompanhando muito o tênis nesta semana, mas vi o jogo de Bellucci contra Capdeville, onde o brasileiro, mesmo jogando muito mal, ganhou a partida. Fiquei contente. Mostrou que ele sabia que ia ganhar independentemente de tudo, pois era superior ao adversário. Na semi-final contra Gonzalez a coisa pode ser um pouco diferente.

Se você está pensado: "Ah! Mas o Bellucci ainda dá as famosas "viajadas" durante os jogos." Eu concordo com você, ainda é um defeito, mas ele melhorou muito. Antes, o brasuca perdia muitos, mas muitos jogos no terceiro set. Este ano ele ganhou todos os terceiros sets, se não me engano. Uma melhora considerável.

Feijão

Confesso que não o vi jogar em Santiago, mas o feito de chegar a uma semi-final de ATP 250 é de se comemorar. Embora fique feliz com o João, é muito claro que ele não vai continuar assim nos próximo mês. Como também não podemos chamar de fracasso se ele perder na primeira rodada de outro ATP futuramente. Como disse antes, é necessário se acostumar.
____________________________________________________________________

PS: Quando falamos sobre a falta de aproveitamento da CBT quando estávamos na "Era Guga", confesso que discordo daqueles que falam que não a aproveitamos. Amanhã falo sobre isso sem falta.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Brasil Open!


Daqui a alguns dias começará o maior torneio do país e as expectativas sobre o desempenho dos brasileiros é enorme. Thomaz Bellucci, Marcos Daniel, Ricardo Mello, João Feijão e Ricardo Hocevar estão garantidos na chave principal e contarão com o forte sol baiano e o apoio da torcida. Apesar da chave ainda não ter saído, podemos analisar através da lista de inscritos a chance dos brasileiros fazerem uma boa campanha em território nacional. Os jogadores mais gabaritados a levar o título são: Juan Carlos Ferrero, Richard Gasquet e é claro, Thomaz Bellucci. Poderia colocar também nessa lista o perigoso Igor Andreev, mas o russo não fez um bom início de temporada. Almagro desistiu, esse sim está jogando em altíssimo nível e seria uma verdadeira pedra no sapato.

O número 1 do Brasil tem boas chance de defender seus pontos em casa e até mesmo faturar o torneio, está bastante confiante e tem jogo para bater qualquer um dos participantes. Porém o nosso top 35 vai precisar ser mais regular do fundo e trabalhar os pontos com paciência pois pode esbarrar com outros espanhois e argentinos especialistas no piso. Certamente também haverá muita expectativa com a participação de Tiago Fernandes no quali. A experiência somada em um evento desse porte será de enorme valia para o jovem Alagoano na sua transição para o circuito profissional.
Enfim, acredito que o Brasil Open desse ano será muito promissor para os brasileiros, já que não está tão forte como nos outros anos e o fator torcida também poderá fazer uma grande diferença. ______________________________________________________________

Depois de furar o quali, João Souza está nas quartas no atp de Santiago no Chile, bom momento vive o brasileiro. O convite para chave principal de Sauípe foi mais do que merecido!

Privilégio de uma Geração


Crescemos ao som de vozes enaltecendo o passado. Uma época de ouro, com os melhores filmes, as maiores bandas, os melhores atletas, foi o que sempre li e ouvi. Definitivamente uma mistura de orgulho e nostalgia que é reflexo de um dos ditados mais populares e verdadeiros da história: só damos valor às coisas depois que elas se vão. Sempre fui um contestador deste fato. E hoje tenho um forte aliado para isso: Roger Federer.

Matematicamente ele pode ser considerado o melhor tenista da história. Mas isso é pouco para o suiço. Ele caminha para se tornar o jogador mais versátil e perfeito da história deste esporte. Dentro e fora das quadras. Um atleta saudável, caráter exemplar. E um verdadeiro exterminador quando entra em competição. Seus golpes são uma mistura de beleza e crueldade ímpar. É fácil o espectador se pegar rindo sozinho após o suiço vencer um ponto, tamanha a facilidade com que ele joga (ou seria ensina?) esse esporte tão complexo como o tênis. Seus adversários o admiram não mais do que o temem. E devem sempre se perguntar: “por que não nasci 15 anos antes ou depois?” (se bem que, se nascessem antes, talvez também se lamentassem, diria um certo Pete Sampras). O fato é que Roger Federer tem 28 anos e está no auge. E estamos aqui eu, você, pessoas de 8 a 80 anos, vendo esta lenda jogar. Seja ao vivo ou na TV.

Não sei se algum dia ele fechará o Grand Slam no mesmo ano, se baterá o número de títulos de Jimmy Connors ou se parará de jogar amanhã. Mas tenho uma certeza: meus filhos vão ler e ouvir muito sobre o suiço. E, quando eles imaginarem cada golpe, cada vitória, cada título deste homem, um único som virá às suas mentes. O som de aplausos.

domingo, 31 de janeiro de 2010

O clima errado.

Não adianta: Ninguém, exceto um espanhol por aí, consegue cozinhar Roger Federer em uma final de Grand Slam. Se você não é acostumado aos bordões tenísticos, "cozinhar" significa minar o jogo do adversário usando a paciência e regularidade, colocando bolas fundas e lentas no pior golpe do rival. Se você tem uma esquerda de uma mão, sabe muito bem o que estou falando.


Federer, que sempre eleva seu jogo nas finais, dominou os primeiros sets jogando de uma forma que somente ele consegue. De qualquer lado da quadra, com qualquer placar, com qualquer bola o suíço achava aquele precioso winner com o forehand, seja na paralela ou no contra pé. Isso sem falar nos voleios, que voleios! Até a esquerda com top spin, que apesar de não agredir, estava sólida e regular hoje. Uma aula do suíço em cima do britânico.

É sempre bom relembrar que Federer joga cada vez mais relaxado e confiante, principalmente nas finais de Grand Slam. Seja por ter ganho Roland Garros ou por ter se tornado pai de duas meninas, ou até mesmo por não ter Nadal em seu caminho, o fato é que ele não deixa chances e joga sempre o seu melhor nas finais, uma qualidade presente em todos os campeões do esporte.

O suíço, desde o início de sua supremacia, mostra cada vez mais que somente Rafael Nadal (em forma) é capaz de superá-lo em uma final de Grand Slam. Por mais que os torcedores do Federer detestem o estilo de Rafael Nadal, que chato seria se o tênis se espanhol não existisse. Mais que nunca, torço pela recuperação de Nadal, principalmente em Roland Garros e Wimbledon, onde acredito que o espanhol venha com sangue nos olhos para parar com a festa do suíço. O tênis merece ver de novo as grandes finais proporcionado por esses dois.

Murray

Não vou me alongar muito sobre Murray, já expus seu maior defeito em um post mais antigo. O britânico jogou como vinha jogando em 2009: Sólido na defesa e muito, mas muito conservador. No jogo todo, foi nítido a pressão em que Murray estava jogando. Não conseguia soltar seus golpes, errava bolas em que só queria por na quadra e parecia inquieto. Mesmo quando tentou mudar o panorama da partida e começar a agredir mais, o número de erros não-forçados foi incomum para um jogador tão regular como o britânico.

Talvez não seja culpa dele, claro. Afinal, Henman sofria coisa parecida nas fases finais dos Slams e sempre foi crucificado pela imprensa inglesa, uma das mais corneteiras do mundo. Murray tinha chances? Claro. Até o jogo contra Nadal, Murray, ao lado de Davydenko, era o melhor jogador do torneio. Até ele mesmo sabia que podia ganhar de Federer. O problema é que cada jogo, apesar de toda importância, deve ser jogada como somente um jogo. Nada mais. A final de hoje não era a partida para um britânico finalmente vencer um Slam e levar os ingleses à loucura, como dizia os tablóides londrinos. O jogo hoje era somente mais uma partida de tênis jogada em 5 sets, nada mais que isso. Ah, se isso vendesse jornal.


Murray entrando no clima errado.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Sobre a final do Australian Open


Embora não tenha muito o que dizer sobre a final, não poderia deixar meu palpite aqui no Blog. Acredito que o jogo de amanhã seja um dos melhores jogos da temporada, e darei aqui meus motivos:


Murray vem jogando como nunca jogou em sua carreira. Continua se movendo e defendendo bem, coisa que sempre fez em sua carreira, mas neste Grand Slam ele está mais agressivo. Vem fazendo muitos winners e isso deixa qualquer um bem confiante. Apesar disso tudo, não sei se Murray vai entrar calmo na partida. A imprensa inglesa é uma das mais "corneteiras"do mundo e a pressão para que um britânico leve um título de Grand Slam, que não vem desde Fred Perry em 1936, é forte.

Por outro lado, Federer vem de 2 jogos espetaculares: Destruiu Davydenko (a partir do segundo set, é verdade.) nas quartas e treinou contra um Tsonga problemático nas semis. Mas mais importante que tudo isso foi a tranqüilidade com que Roger está jogando. Não sei se foi por que ele ganhou Roland Garros ou o por que se tornou pai, mas é fato que o suíço vem jogando cada vez mais calmo e relaxado, o que o deixa ainda mais perigoso.

Tática

"O que Andy Murray necessita fazer para ganhar:"
  • Fazer o suíço correr.
  • Abusar de bolas profundas no backhand de Federer.
  • Sacar muito bem, principalmente nos pontos importantes.
  • Variar o jogo, nunca deixando o suíço ficar á vontade.
  • Correr e defender bem, como naturalmente o faz, mas não deixar de ser agressivo nas horas certas.
"O que Roger Federer necessita fazer para ganhar:"
  • Ser agressivo.
  • Ditar os pontos.
  • Jogar como Federer.

Meu palpite:
Se eu tivesse 1000 reais para apostar, guardaria meu dinheiro. Qualquer previsão hoje é pura loteria. Antes das QF, apostaria em Murray, mas Federer elevou o seu jogo nos últimos jogos e complicou a situação. Vou de Federer, em 5 sets.


Ps: Até agora, estou em 12/14 em palpites corretos, e os dois que perdi foram por motivos físicos: Roddick e Djokovic.

Serenidade que espanta.

Tiago Fernandes é o primeiro brasileiro na história a ganhar um título de Grand Slam Juvenil. Jogando um tênis sólido, Tiago bateu o "gordinho" australiano Sean Berman por 7/5 6/3.


Os brasileiros que viram a partida ontem na ESPN têm muito o que comemorar. O menino tem um poderosíssimo forehand, um belo saque e uma arrojo incomum (ainda mais para um juvenil) nos pontos importantes. Tiago salvou inúmeros break-points com seu bom e "estranho" serviço: Ele se posicionava como um sacador de duplas, bem aberto, e soltava um saque potente e chapado na esquerda do australiano, que não conseguia devolver.

Apesar de estar muito bem no quesito técnico, o que mais me espantou no jovem alagoano foi a serenidade apresenta por ele após a partida. Nada de pulinhos, gritos, comemorações exageradas ou bolas pro alto. Tiago fechou a partida, olhou para o seu box, sorriu e cumprimentou o adversário. Só isso. O menino sabe que ainda não ganhou nada.

Talvez aí entre o mérito de Larri Passos, um técnico "chato" que visa muito o lado trabalhador no tênis, sempre trabalhando a cabeça e o coração do tenista e mostrando-o que ainda há muito o que percorrer.

O feito de Fernandes deve valer uma vaga para o qualy do Brasil Open, mais um ponto para Larri. Embora os mais empolgados, como a CBT, gostariam de ver Fernandes na chave principal, o jogo de ontem mostrou que o nível de um juvenil ainda está muito aquém do jogo do jogo dos top-100 que participarão na Costa do Sauípe. Larri, corretamente, vetou o convite para a chave principal e o colocou no qualy.

O brasileiro terá ainda muitos anos para melhorar e, quem sabe, se tornar um bom profissional. É sempre bom destacar que uma carreira como juvenil não significa que o tenista vai ter também uma boa carreira como profissional, e vice-versa. Cansamos de ver grandes promessas juvenis não resultarem em nada, mas acredito que esse não será o caso de Tiago Fernandes.


sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Com suor.


Tiago Fernandes, com recém completados 17 anos, está na final do Australian Open juvenil. Um feito histórico para o tênis juvenil brasileiro, que há muito tempo não coloca um jogador na mesma posição que Fendandes. O alagoano ainda tem 2 anos como juvenil (2010 e 2011) e tem grandes chances de se tornar profissional, pois tem Larri Passos como técnico, que já sabe os caminhos necessários para melhor adaptar o tenista na transição do juvenil para o profissional.


Quando perguntados sobre o por que do Brasil não ter muitos jogadores profissionais, sempre botamos a culpa nas confederações, que, dentre muitos defeitos, não dão o devido suporte aos atletas. Mas, se for assim, por que a Argentina sempre tem uma escola muito boa? Lá a confederação age diferente?

Admito que não sei responder esta pergunta, mas duvido muito que a confederação argentina seja muito diferente da brasileira. O maior motivo para não termos uma quantidade maior de atletas são nossos próprios atletas. Talvez por que a grande maioria dos praticantes de tênis ser de classe média, acostumados com tudo do bom e do melhor, e não são aptos ou corajosos o bastante para passar meses de sofrimento jogando nos torneios menores na Europa.

Não que seja fácil, muito pelo contrário. Mas se tem uma qualidade que os argentinos possuem de sobra é a raça. Eles passam meses fora de casa treinando sem parar, encarando todas as dificuldades possíveis por um objetivo que muitas vezes não dá em nada. Haja coragem. Além de tudo, muito tenistas não possuem o ensino médio. O que será do garoto se ele não conseguir superar a transição do juvenil para o profissional? Situação complicada. Mas, como em tudo na vida, é necessário arriscar - coisa que os argentinos fazem muito melhor que os brasileiros.

Muitas vezes o que comprova a falta de ousadia dos jogadores brasileiros é o comodismo. Em vez de tentarem jogar qualis de torneios maiores, como alguns ATP 250 ou 500, muito preferem viajar pelo Brasil para jogar Challengers, onde garantem que ganham mais partidas, gastam menos e é mais seguro. Claro que falar é sempre mais fácil, afinal, eu não estou na pele deles. Mas gostaria mesmo que muitos destes seguissem o exemplo do que fez Ricardo Hocevar.

PS: Não quero tirar a culpa da CBT, que até vem melhorando colocando muitos torneios Futures no Brasil, para evitar o sofrimento que falei acima. Mas acredito que todos concordam que a CBT, apesar de uma modesta melhora, ainda precisa melhorar.

PS2: Cadê o Emílio??

PS3: A ESPN MOSTRARÁ A PARTIDA A PARTIR DE 0h30 DESTE SÁBADO!!
____________________________________________________________________

Sem suor.

Federer passeou nas semis. Jogou muito sólido e não deu chances para um Tsonga bem modesto e parecendo estar passando por dificuldades. Murray deve ter ficado mais preocupado depois de ver o tênis que o suiço apresentou hoje.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Texto prematuro sobre a final do AO.

Difícil imaginar outra final para o Australian Open senão entre Roger Federer vs Andy Murray. Os dois estão na ponta dos cascos em todos os sentidos: mental, físico e, principalmente, técnico. Espero um dos melhores jogos do ano, assim como foi entre o mesmo Federer e Nadal na final de 2009.

Hoje pela manhã Murray garantiu com segurança a sua vaga na final, jogando contra um obviamente cansado Cilic. O croata, apesar de ter sido o primeiro a ganhar um set de Murray no torneio, ofereceu pouca resistência a Murray, que não começou bem a partida. Se quer ganhar esse Grand Slam, o britânico não pode cometer esse erro novamente. Afinal, se ele viu o jogo de Federer contra Davydenko, acho que ele notou o que o suiço é capaz de fazer quando o adversário deixa uma brecha.

Apesar de Federer estar em grande forma, Murray nunca esteve tão próximo de ganhar seu primeiro Grand Slam. Em um entrevista (antes do AO Open, se não me engano), o britânico afirmo que, se ele estiver jogando bem, não há motivos para que ele saia de Melbourne sem a taça. Pode parecer um pouco arrogante, mas você já viu Federer perder para alguém que entrou o respeitando?

Nalbadian, Cañas, Del Potro, Djokovic, Nadal, Guga, Safin. Todos esses já surpreenderam o suiço uma ou mais vezes em torneios grandes. Entre eles temos 3 argentinos, que, sem preconceito nenhum, ás vezes se acham no centro do mundo. Os outros são jogadores conhecidos, respeitados e que possuem títulos de Grand Slam, ou seja, jogadores que sabem que podem ganhar de qualquer um se estiverem num dia bom. Quem sabe esse seja o segredo para bater o suiço: Não o respeitar.


Já disse aqui e repito: Não acredito nenhum um pouco que Tsonga ganhe de Federer. O suiço está em grande forma, e, mesmo que o jogo seja tenso e disputado, não acho que Tsonga leve a melhor.
____________________________________________________________________

Tiago Fernades na semi.

O pupilo de Larri Passos vai bem (mais uma vez) em um Grand Slam juvenil. É sempre bom lembrar que Tiago Fernandes tem somente 16 anos (faz 17 amanhã), e tem ainda mais dois anos todo podendo jogar o circuito junior da ATP. Se eu fosse o Larri, já o colocava em alguns Challengers aqui do Brasil, sem esquecer os grandes torneios juvenis da ATP. Bem encaminhado esse garoto...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Relembrando o Australian: Ano 2000

Como vai se tornar comum aqui no Blog, quarta-feira vai ser o dia de relembrar alguns jogos marcantes do tênis Pré-Federer/Nadal. O vídeo escolhido de hoje é o Tie-Break entre Sampras e Agassi, jogo válido pela semi-final do Australian Open de 2000. Como o título do vídeo diz, High Class Tennis.




Ps1: A qualidade do vídeo não está boa, por isso aconselho a ver em tela cheia.
Ps2: Esse Sampras tinha um p*^% segundo saque, hein?
Ps3: Para quem quiser ver o primeiro tie-break do jogo, clique aqui.

A beleza dos 5 sets.


Quem viu ou leu como foi o jogo entre Roger Federer e Nikolay Davydenko, notou muito bem como funciona uma melhor de 5 sets. Pode parecer um exagero, mas no nível que esses "caras" jogam, ser uma melhor de 5 sets ou melhor de 3 faz toda a diferença.


Que Davydenko estava em uma fase excepcional isso todo mundo sabia. Até mesmo ele se perguntava até quando continuaria jogando um tênis tão sólido e seguro. A questão é que para ganhar de Federer ou Nadal, em um Grand Slam, não basta estar numa fase excepcional. É preciso ser excepcional. Claro, surpresas acontecem, mas quantas vezes você vê Federer e/ou Nadal, jogando 100%, perderem antes da final?

O lado mental ganha muita importância nos jogos de 5 sets. Quando Davydenko fez 6/2 3/1 com dois breaks, pode ter pensado que estava perto da vitória, erro crucial do russo. Federer se manteve calmo durante todo o massacre que levava, e então aproveitou a pequena brechado adversário. 13 games seguidos!

Ao virar a partida, Federer mostrou que tem como poucos a visão de um jogo longo. Sabia que a partida estava muito longe de acabar e se manteve tranquilo, sabendo que uma hora ou outra seu jogo entraria. É por isso que ele tem "só" 15 GS no currículo.

___________________________________________________________________

Palpites para as semis:

Federer x Tsonga - Um passeio do suiço em 3 sets.
Murray x Cilic - Um passeio do britânico em 3 sets também.

Desculpe, espero estar enganado, mas não acho que as semis vão ser emocionantes.