Para começar, quero ser bem claro que há vários modos de um tenista conseguir atingir o circuito profissional, e também que, mesmo se o juvenil seguir os passos corretos, a chance de todo o esforço não resultar em nada é muito grande.
Li o livro de Pete Sampras (que recomendo a todos os que acompanham o esporte), e me surpreendi com o número de páginas que detalhavam os treinos e o aprendizado de um dos maiores ícones do esporte. No livro, Sampras bateu em uma tecla muito importante e que é um dos pontos mais falhos nos juvenis: Ele se preparou e trabalhou, desde pequeno, para ser um tenista profissional.
Esta "lei" que Sampras tinha em sua mente é de imenso valor para um aspirante a profissional no tênis. De nada adianta jogar bem e ser um dos destaques juvenis, se na hora de pular para o profissional o tenista não suporta a mudança. Quantos jogadores são ditos como futuras promessas e não vingam na ATP? Virar profissional não é fácil. É necessário talento, esforço e uma maturidade precoce para que um tenista juvenil entenda tudo o que é necessário para fazer do tênis a sua profissão. Afinal de contas, escutar os mais experientes e/ou abdicar um pouco de sua vida social (elementos essenciais para um tenista) não são coisas comuns na vida de um adolescente.
A vida de um tenista começa muito cedo, com 8 anos (ou menos, afinal os meninos estão cada vez mais precoces em tudo) os pequenos já conseguem dar suas primeiras raquetadas. Nesta fase, o importante é brincar e se divertir, mas, se o menino demonstrar muito interesse, o ideal é coloca-lo em uma academia aonde se tem melhores professores (se possível, um treinador individual). Um dos maiores defeitos aqui no Brasil são os rebatedores/professores nas academias do bairro, que somente jogam a bolinha para o menino rebater, com pouca noção de trabalho de pernas e posicionamento em quadra.
Outro detalhe que o juvenil não pode esquecer é que o tênis é um esporte muito individual (em termos de jogo) - É só você e seu técnico, mais ninguém. Ninguém deve interferir no trabalho. Você e seu técnico que devem programar os treinos e melhorar as deficiências, sempre visando o jogo profissional. Nada de se preocupar em dar balões ou coisas do gênero para ganhar torneios juvenis, é puro tempo perdido uma vez que isso não existe no tênis profissional. Muitas vezes, jogar uma categoria acima pode ser um grande aprendizado, pois impõe ao tenistas a jogar com várias adversidades (Como a maior força física do adversário), o que pode ajudar no circuito profissional.
Tecnicamente, é sempre bom ressaltar elementos tão essenciais e básicos como um bom forehand que ás vezes os professores esquecem de ensinar: A movimentação de pernas e o segundo saque. Em academias, canso de ver bons jogadores sendo frustrados por não terem um posicionamento correto em quadra e/ou que não têm segurança em seus segundos serviços. Também é importante ressaltar que, para tentar a vida como profissional, com 15/16 anos você deve ter um jogo bastante sólido e dominar todos os fundamentos do jogo. Nenhum tenista se forma da noite por dia. Os jogadores da ATP que vemos hoje na televisão viajam o mundo desde os 17/18 anos, jogando o circuito juvenil da mesma ATP (Ou mesmo antes, como Nadal que se tornou profissional aos 16 anos). Não me pergunte aonde entra a escola nisso tudo, pois terei que dizer quena maioria dos casos não há escola (Federer deixou de frequentar a escola aos 16 anos), mas estou longe de defender isso. Se você é um aspirante e não tem certeza absoluta de que quer ser profissional, não largue a escola. A vida é muito mais fácil e segura para quem estuda.
Separei aqui alguns videos de jogadores profissionais em seus primeiros anos como profissionais ou mesmo como juvenis. Os vídeos são bons para reparar no nível de jogo que esses "caras" tinham desde juvenil.
Federer aos 18 anos em ambos os vídeos.
Nadal, do juvenil ao topo.
Bernad Tomic, principal esperança australiana. Já se tornou profissional e levou Cilic ao quinto set neste AOpen
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