Começo hoje a primeira de várias colunas "E se..." do Blog 40/0. Todo sábado escreverei sobre essas questões mais "filosóficas", que vira e mexe perturbam nossa mente tenística.
Decidi começar falando sobre um dos melhores jogadores da história do tênis (senão o melhor) e que dominou a primeira década do Século XXI: Roger Federer
"E SE Roger Federer, por algum motivo, não existisse?"
Me vi pensando nesse assunto pouco tempo antes de decidir criar este blog e começar a escrever sobre tênis. Se Federer não existisse, o que ocorreria no circuito profissional? Que visão teríamos sobre Rafael Nadal? O quão importante o suiço é para o tênis? Confesso que minhas conclusões foram demasiadamente fortes: O mundo do tênis estaria sendo visto por uma perspectiva totalmente diferente do que vemos hoje, se os pais do suíço nunca se encontrassem ou, pior, se Roger Federer desperdiçasse seu talento em alguma outra profissão.
Para começar, acredito que, sem Federer, Rafael Nadal ganharia um enorme destaque e seria conhecido como "o homem que aprimorou o preparo físico no tênis". Nadal teria 8 Slams (os 6 que atualmente possui e mais os 2 Wimbledons que Federer o tomou em 06 e 07) e o seu estilo de jogo serviria de espelho para as futuras gerações. O preparo físico, a força, e a regularidade ia sobrepor a técnica e ao estilo ofensivo do tênis (o que está acontecendo pouco a pouco, mesmo com Federer). No entanto, não acredito que Nadal seria considerado o maior da história, e tampouco seria idolatrado pela mídia e pelo público, fazendo com que o tênis perdesse um bocado de interesse do público e, consequentemente, dinheiro.
É bom lembrar também que várias pessoas têm uma certa dúvida quando falamos sobre a enorme superioridade do suiço: Ele é realmente tão bom, ou os adversários que não acompanharam o nível técnico dos jogadores da década de 90? Sem Roger Federer, falaríamos que toda a geração dos anos 2000 não acompanharam os mestres dos anos 90? Ou aceitaríamos que o tênis mudou, e que é preciso correr como o diabo e ter uma baita regularidade para ser competitivo? Estou mais propenso a acreditar que aceitaríamos que o tênis mudou.
Enquanto escrevo essa coluna, me ocorre o seguinte pensamento: Nem mesmo Roger Federer está sendo capaz de mudar o curso do futuro tênis mundial.Tudo o que escrevi nos parágrafos acima está acontecendo. Hoje, a primeira coisa que a criança aprende ao entrar na aula de tênis é usar o backhand de duas mãos (golpe relativamente mais defensivo, pois favorece mais controle e menos potência). Quando mais velhos, passam horas e horas aprimorando o físico. E, para mostrar o defensivismo da coisa, um jargão que é utilizado nos pontos importantes nos juvenis é: "Bota a bola na quadra. Deixa o outro errar." É, realmente, Roger Federer é o oásis do tênis clássico e plástico em meio ao deserto dos "tenistas modernos", e nem mesmo ele conseguirá mudar o futuro do tênis.
PS: Sei muito bem que Federer possui um ótimo preparo físico e uma baita regularidade, mas não credito isso como os aspectos principais de seu jogo: A técnica e a movimentação. Quando ele aposentar, aí sim o tênis passará a ter somente aquele estilo defensivo que citei acima (a não ser que apareça outro Roger por aí...).
PS 2: Ainda bem que Roger existe. Aproveitem enquanto é tempo.
1 comentários:
Rodrigo, vi seu link no blog do Cleto e resolvi passar por aqui. E tive a agradável surpresa ao ler este post.
Uau! Não consigo e nem quero imaginar o tenis sem o Federer, isto seria demasiado triste para qualquer fã desse esporte maravilhoso.
O Federer só fez e faz bem ao tenis, tanto dentro quanto fora das quadras; tanto tecnica quanto emocionalmente. Ele é uma inspiração e espero realmente que tenhamos o privilégio de vê-lo jogar por mais alguns anos. Abraço
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